Mais de 300 garis se reuniram na
manhã desta segunda-feira (3), próximo à Central do Brasil, no centro do Rio,
para protestar contra os baixos salários da categoria no município. Os
manifestantes atacaram diretamente Eduardo Paes com gritos de “o prefeito vai
varrer sozinho”, em referência à grande quantidade de lixo despejada nas ruas
durante o Carnaval. Em assembléia realizada pouco antes do protesto,
cerca de 3.500 decidiram manter a greve, que já dura três dias. Alguns bairros
da capital fluminense estão tomados de lixo, sobretudo, os locais por onde
passaram os blocos no domingo (2) e o Sambódromo. A Comlurb (Companhia
Municipal de Limpeza Urbana) conta com cerca de 15 mil garis. Na Lapa,
bairro boêmio da cidade, resíduos sólidos aglomeravam-se pelas calçadas,
meios-fios e canteiros. O mau cheiro incomodava as pessoas que passavam pelas
ruas. Durante a manhã, um grupo de garis da Comlurb, sem o uniforme, faziam a
limpeza nos Arcos da Lapa. O turista inglês John Mills que veio ao Rio pela
primeira vez para o carnaval não sabia da greve.
— Eles
foram espertos por fazer a greve logo neste período, pois a cidade está
realmente muito suja.
Bairros
como Copacabana e Botafogo não apresentavam problemas com a limpeza urbana
nesta manhã, com ruas limpas e lixeiras vazias. Apesar da
paralisação parcial, foram recolhidos no sábado (1º), segundo a Comlurb, 26
toneladas de lixo no Sambódromo e mais 4 toneladas em seus acessos. Nos
principais blocos de sábado, incluindo o tradicional Cordão da Bola Preta,
foram recolhidas 79,2 toneladas de resíduos.
Reivindicações
O
movimento grevista reivindica ajuste salarial de R$ 803 para R$ 1,2 mil,
aumento no valor do tíquete-alimentação diário de R$ 12 para R$ 20, pagamento
de horas extras para quem trabalhar nos domingos e feriados, como previsto em
lei, e melhores condições de trabalho. Eles fizeram um protesto ontem na sede
da prefeitura. No sábado
(1º), o TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro)
declarou a “abusividade e ilegalidade” de qualquer movimento de paralisação dos
garis vinculados à Comlurb. O Sindicato e Comlurb não reconhecem a greve. A
Companhia informou por meio de nota que está em negociação com o sindicato da
categoria “como faz todos os anos no período do acordo coletivo”. Até o
fechamento desta matéria a Comlurb não havia se manifestado sobre a paralisação
nem sobre as providências para solucionar o problema do lixo.
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